Ir para o conteúdo

/11

Henrique Figueiredo de Vasconcelos (segundo da esquerda para a direita) no Pavilhão da Peste (atual Prédio do Relógio), onde era fabricado o soro antipestoso. s.d.

Quando em outubro de 1900 Oswaldo Cruz entregou para a Diretoria Geral de Saúde Pública os cem primeiros frascos da vacina e do soro contra a peste bubônica, não se imaginava que pouco tempo depois o Instituto Soroterápico Federal estaria em condições de produzir quantidades tão expressivas não só daqueles profiláticos como também de diversos outros imunobiológicos utilizados na profilaxia e no tratamento de diferentes doenças humanas e também veterinárias. Em um intervalo de apenas sete anos, as equipes do Instituto incorporaram à pauta original de produtos substâncias como a tuberculina, utilizada no diagnóstico e na terapia da tuberculose; os soros antidiftérico e antitetânico; a maleína, usada no diagnóstico do mormo; a vacina anticarbunculosa; o soro antiestreptocócico; e dois produtos veterinários de grande importância: as vacinas contra a espirilose das galinhas e contra o carbúnculo sintomático, também chamado de peste da manqueira.

Descoberta em 1907 e patenteada no ano seguinte, a vacina contra a peste da manqueira tornou-se a principal fonte de renda da instituição, permitindo que boa parte de seu pessoal fosse mantida com receitas próprias. Deve-se a ela também a criação, em Belo Horizonte, da primeira filial do Soroterápico, inaugurada em 1906 sob a direção de Ezequiel Dias.

Quando Oswaldo Cruz deixou a direção do Instituto em 1916, a pauta de imunobiológicos ali fabricados já somava 21 itens, entre os quais o soro antidisentérico, introduzido em 1911, e o soluto de tártaro emético, fabricado desde 1914. A vacina contra a peste da manqueira ultrapassara, em 1915, a marca de 1 milhão e 300 mil doses. Número ainda mais significativo seria registrado pela produção de soro e vacina antipestosos: mais de três milhões de frascos, cada uma, apenas no ano de 1916.