Fotografia de grupo de trabalhadores que construíram o Pavilhão da Peste

Edificações históricas

O campus da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro abriga importantes exemplares arquitetônicos de épocas variadas, sobressaindo o período entre 1904 e 1960.

As primeiras edificações do antigo Instituto Oswaldo Cruz foram erguidas entre 1904 e 1919, e formam o conjunto eclético, tombado pelo Instituto do Patrimônio Cultural e Artístico Nacional (IPHAN) em 1981. Nas décadas de 1940 e 1950, novos edifícios foram construídos para abrigar as atividades em expansão da instituição, dando origem ao conjunto modernista, que conta com duas edificações tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) em 2001.

Desde a década de 1980, a Fiocruz, por meio da Casa de Oswaldo Cruz, atua na preservação, conservação e restauração dessas edificações que formam o atual Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM) – singular patrimônio cultural da saúde e da ciência brasileiras.

Fotografia de livro em francês sobre técnicas de fotografia e câmera fotográfica de Oswaldo Cruz

Objetos museológicos

Após o falecimento de Oswaldo Cruz, em 11 de fevereiro de 1917, Carlos Chagas, seu sucessor na direção do Instituto de Manguinhos, transformou o gabinete de trabalho do cientista em um espaço de recordações. Os objetos pessoais, de trabalho, a biblioteca particular e documentos diversos eram ali mantidos como um relicário, tal como ocorrera com Louis Pasteur e Robert Koch, também homenageados postumamente e de forma semelhante em seus institutos de pesquisas na Europa.

Ao longo do tempo, a essa coleção pessoal foram acrescentados equipamentos e instrumentos relacionados às atividades técnico-científicas do Instituto Oswaldo Cruz, identificados como testemunhos materiais da história das ciências biomédicas no Brasil. Esse conjunto viria a formar o Museu Oswaldo Cruz, que progressivamente ampliou seu acervo mediante doações de familiares do titular e de empresas, e por novas incorporações procedentes do instituto.

Com a criação da Casa de Oswaldo Cruz, em 1986, uma parte desse acervo foi transferida para as áreas de Arquivo e Biblioteca. Atualmente, os objetos tridimensionais que integraram a coleção pessoal de Oswaldo Cruz encontram-se sob a guarda do Departamento Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz.

Imagem composta por um cartão postal da cidade de Washington e óculos, caneta, chancela e assinatura de Oswaldo Cruz

O cartão postal, enviado por Oswaldo Cruz para sua esposa Emília da Fonseca Cruz, contém o seguinte texto: 'Washington, 12 de novembro 1909. Querida Miloca, Aqui cheguei hoje, após uma boa viagem e estou instalado em um esplêndido quarto, situado no oitavo andar no New Willard Hotel. Muitas e muitas saudades do seu Oswaldo'. O cartão contém ainda uma fotografia da Pennsylvania Avenue, Washington, D.C.

Correspondências

Selo memória do mundo. Nações unidas. Organização Educacional, científica e cultural

No Arquivo Pessoal Oswaldo Cruz (Memória do Mundo da UNESCO) encontra-se, entre outros documentos, uma importante e significativa série de correspondência ativa e passiva que reúne cartas, telegramas, cartões e bilhetes compartilhados pelo titular com sua mulher e filhos, e também com cientistas brasileiros e estrangeiros, somando cerca de dois mil itens que cobrem quase três décadas (1889-1916). Está classificada em Correspondência Pessoal, Correspondência Científica e Correspondência Político-Administrativa, e internamente subdivide-se em dossiês temáticos e por missivistas.

A seleção apresentada neste segmento segue a mesma classificação, totalizando duzentos itens que constituem uma amostra fidedigna do conjunto original e reflete aspectos relevantes de sua vida privada, bem como da sua atuação profissional e pública, dimensão não raro confundida com os próprios rumos da sociedade brasileira no início do século XX, da qual Oswaldo Cruz foi um destacado protagonista.