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Oswaldo Cruz Virtual Library

Songs

Theme: General Directorate of Public Health

Cheira – cheira

Schottisch de J. Richard

Caricature of Oswaldo Cruz from the song Cheira-Cheira
Sheet music

Theme: Combating Yellow Fever

Os mosquitos

D. Joaquina Honorata d’Andrade Santos

Caricature of Oswaldo Cruz with the body of a mosquito carrying a bucket
Sheet music

Espere um pouco, eu vou à Cuba

Lyrics: Cullicídeo Exogeno
Melody: Stegomyia Faciata

Sheet music

Embora moço já sou um sábio
Muito talento em mim se incuba
Hei de mostrar p’ra quanto presto
Espere um pouco eu vou à Cuba
Desta cidade tão mal falada
Eu quero já... que o nome suba
Vou saneá-la matar a febre
Espere um pouco eu vou à Cuba

Embora moco, eu sou sabido,
Muito talento em mim se incuba,
Os livros todos tenho lido...
Espere um pouco... eu vou a Cuba

Desta cidade malfadada
Quero que o nome cresça e suba,
Sem febres, vai ficar amada;
Espere um pouco... eu vou a Cuba

Quando estiver saneada e limpa
Há de ostentar, airosa, a juba,
E levantar bem alto a grimpa;
Espere um pouco... eu vou a Cuba

Verão meu nome celebrado,
Por mim soar da fama a tuba,
E até então, ó povo amado,
Espere um pouco... eu vou a Cuba

Parto, mas quero à minha volta
Palmas ganhar... de carnaúba,
Ter de micróbios uma escolta,
Ao meu regresso lá de Cuba

Ser em triunfo recebido
Entre ovações que o gênio aduba;
Mostra-te, povo, agradecido,
Quando eu regresse ali... de Cuba


Theme: The Campaign against the Bubonic Plague

Rato rato

Composer: Casemiro da Rocha
Singer: Ademilde Fonseca
Year: 1904
Source: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

The polka "Rato, rato" (mouse, mouse) was composed by Casemiro da Rocha and was popular during the 1904 carnival. It was inspired by the cry of rat vendors during Oswaldo Cruz’s campaign against the bubonic plague. The song was recorded by the composer at the recording studio Casa Edison and the lyrics were added later by Claudino Costa.

 

Rato, rato, rato
Porque motivo tu roeste meu baú?
Rato, rato, rato,
Audacioso e malfazejo gabiru.

Rato, rato, rato,
Eu hei de ver ainda o teu dia final
A ratoeira te persiga e consiga
Satisfazer meu ideal.

Quem te inventou?
Foi o diabo, não foi outro, podes crer
Quem te gerou?
Foi uma sogra pouco antes de morrer!

Quem te criou?
Foi a vingança, penso eu,
Rato, rato, rato, rato,
Emissário do judeu.

Quando a ratoeira te pegar,
Monstro covarde, não me venhas,
A gritar, por favor.
Rato velho, descarado, roedor 
Rato velho, como tu faz horror!

Nada valerá o teu cui cui
Tu morrerás e não terá quem chore por ti
Vou provar-te que sou mau,
Meu tostão é garantido,
Não te solto nem a pau...


Theme: The Battle against Smallpox

A vacina obrigatória

Composer unknown
Source: memoria da Pharmacia
Emi/Odeon, Roche credits

 
Caricature SMALLPOX 'A maligned boat'. In the drawing, Oswaldo Cruz is sailing in a boat on a river of blood

Anda o povo acelerado
Com horror à palmatoria
Por causa dessa lambança
Da vacina obrigatória
Os panatas da sabença
Estão teimando dessa vez
Querem meter o ferro a pulso
Bem no braço do freguês

E os doutores da higiene
Vão deitando logo a mão
Sem saberem se o sujeito
Quer levar o ferro ou não
Seja moço ou seja velho
Ou mulatinha que tem visgo
Homem sério, tudo, tudo,
Leva ferro que é servido

Bem no braço do Zé Povo
Chega o tipo e logo vai
Enfiando aquele troço
A lançeta e tudo mais
Mas a lei manda que o povo
E o coitado do freguês
Vá gemendo na vacina
Ou então vá pro xadrez

E os doutores da higiene
Vão deitando logo a mão
Sem saberem se o sujeito
Quer levar o ferro ou não
Seja moço ou seja velho
Ou mulatinha que tem visgo
Homem sério, tudo, tudo,
Leva ferro que é servido

Contam um caso sucedido
Que o negócio tudo logra
O doutor foi lá em casa
Vacinar a minha sogra
A velha como uma bicha
Teve um riso contrafeito
E peitou com o doutor
Bem na cara do sujeito

E quando o ferro foi entrando
Fez a velha uma careta
Teve mesmo um chilique
Eu vi a coisa preta
Mas eu disse pro doutor:
Vá furando até o cabo
Que a senhora minha sogra
É levada dos diabos

Tem um casal de namorados
Que eu conheço a triste sina
Houve forte rebuliço
Só por causa da vacina
A moça que era inocente
E um pouquinho adiantada
Quando foi para pretoria
Já estava vacinada

Eu não vou nesse arrastão
Sem fazer o meu barulho
Os doutores da ciência
Terão mesmo que ir no embrulho
Não embarco na canoa
Que a vacina me persegue
Vão meter ferro no boi
Ou no diabo que os carregue


Theme: Illness and Death

À Oswaldo Cruz

Lyrics: Osório Duque-Estrada
Melody: Alberto Nepomuceno

É a glória que este canto te anuncia:
Alma de eleito, heróe do Bem que encerra
Quanto ha de claridade e de esplendor,
Gloria eterna terás, pois foste um dia
A Providencia viva desta terra
Que hoje te eleva um cântico de amor!

Vida fecunda, bela e gloriosa,
Foi só de luz o teu apostolado!
Soffrego andaste em busca da verdade,
E, ao serviço da sciencia generosa,
Pugnaste sempre, luctador ousado,
Em bem da Patria, em prol da Humanidade!
Modesto e bom, luctando contra a Morte,
Num recesso que encheu de luz estranha
E do sussurro de um remigio forte,
Foi-se abrigar teu genio extraordinário,
Como a aguia que na crypta da montanha
Busca esconder o pouso solitario...

De lá semeaste o Bem e as esperanças,
Luctaste contra o Mal, guardaste a vida
Dos velhos, das mulheres, das crianças
E da Patria, que, em fervida homenagem,
Curvo o joelho, terna e agradecida,
Vem se prostar diante da tua imagem!

Qual nume tutelar, vivo e presente,
Que inda de longe nos estende a mão,
Sempre amado serás da nossa gente;
Vive teu nome em nosso coração,
E no futuro, como no presente,
Nosso amigo serás e nosso irmão!

Viverás. Viverás, porque estas flores
Que hoje vêm perfumar a tua gloria,
E estas vozes, cantando os teus louvores,
Flores e canto immortal saudade
São já, por certo, as palmas da victoria
E são as bençãos da Posteridade!